PRÊMIO 1

5 FOTOLIVROS COLEÇÃO PHOTOTHINGS

Chegando a 25 títulos, em 2024, a Coleção Photothings concretiza nosso desejo de fazer com que fotógrafos e fotógrafas de todas as regiões do Brasil tenham a oportunidade de mostrar seu trabalho. Afinal, nossa missão sempre foi furar a bolha, estimular a produção fotográfica e oferecer oportunidades para o surgimento de novas produções artísticas, contribuindo com o desenvolvimento do cenário artístico brasileiro.

Conheça os artistas selecionados em 2024:

CAÍQUE SILVA (BA). TUDO QUE SONHEI ANTES DO FIM.

Em um planeta à beira do abismo, o ensaio fotográfico tudo que sonhei antes do fim nos convida a uma jornada onírica pela natureza que ainda resiste. As imagens de Caique Silva propõem uma reflexão sobre a relação da “humanidade” com a Terra, confrontando-nos com a exploração desenfreada que ameaça a nossa própria existência. Em meio aos bolsões verdes da Mata Atlântica na Bahia, a linguagem da fotoperformance se entrelaça com a efemeridade da natureza e a melancolia da iminente perda, tecendo um mosaico de imagens que revelam a beleza crua e frágil da Terra.

Natural da Bahia, Caique vive em Salvador. O ensaio tudo que sonhei antes do fim  é resultado da incubadora de projetos autorais do LABFOTO (Laboratório de Fotografia da FACOM/UFBA) e contou com a orientação de Rodrigo Rossoni e Paulo Coqueiro. 

ILANA BAR (SP). HISTÓRIAS DE VIDAS.
Ilana Bar é artista, fotógrafa e pesquisadora, vive e trabalha entre São Paulo e Atibaia. Seus projetos e pesquisas envolvem o universo familiar, laços afetivos com pessoas e espaços, e luta por uma sociedade igualitária e sustentável. 
As imagens que integram o fotolivro Histórias de vida são retratos, feitos em diferentes regiões do Brasil, que ocultam os rostos das mulheres, utilizando um recurso diferenciado: as mulheres seguram um flash sobre os rostos que estoura como um ponto de luz, que devolve o olhar para nós, espectadores.

O equipamento, em geral utilizado para iluminar, neste caso serve para proteger quem necessita que suas identidades sejam zeladas. Por outro lado, o excesso de luz na imagem pode franzir os olhos de quem vê. É como se a artista rebatesse a questão, dizendo: vocês precisam olhar para isso. As cenas se repetem, os anos passam, e tudo segue muito parecido.

RAPHAEL ALVES (AM). RIVERSICK.

Riversick é um trabalho sobre como pessoas,natureza e o urbano compartilham o espaço em Manaus e seus arredores – a pretensa região metropolitana. Antes disso, é um devaneio sobre a relação autor-local: trata de como o fotógrafo se relaciona com as diversas possíveis (e impossíveis) Manaus. Não somente aquela cidade em que ele habita, mas as que habitam dentro dele.

Nascido em Manaus (AM), Raphael Alves estudou Comunicação Social com habilitação em Jornalismo na Universidade Federal do Amazonas, Fotografia na Universidade Estadual de Londrina e Artes Visuais no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Obteve também o título de Master of Arts em Fotojornalismo e Fotografia Documental na London College of Communication – University of the Arts, em Londres (ING).
O tema de seu trabalho é dedicado à compreensão do papel e posicionamento do ser humano no espaço dividido pela natureza e o urbano em sua região.
O nome do ensaio que agora integra a Coleção Photothings vem de um jogo de palavras que explica a mistura dos sentimentos do autor em relação ao seu meio.  A sensação de mareio (seasick) misturada à saudade de um lar aconchegante (homesick) ganham um novo sentimento à beira do rio. Uma ou muitas Manaus vividas, sentidas, sonhadas ou idealizadas – traduzidas em um sentimento muito pessoal: Riversick.

SANDRA GONÇALVES (RS). LA VIE EM ROUGE.
Natural da cidade do Rio de Janeiro e vivendo em Porto Alegre desde 2005, a artista visual, professora e pesquisadora de fotografia Sandra Gonçalves, apresenta em seu ensaio La vie en rouge imagens que combinam fotografias, ilustrações, camadas, texturas, insetos, corpos nus, corpos altivos, olhares profundos e penetrantes. O fotolivro La vie en rouge trata de mulheres e do seu estar no mundo, em que filtros de todas as ordens impedem uma visão clara do agora. Resilientes e sobreviventes, mulheres buscam forças nessa vida em vermelho.
Vermelho que pode ser o sangue vertido por elas, seja o menstrual, o de outras dores físicas ou psicológicas, ou o vermelho do sangue provocado pelo agressor. São imagens que falam de um passado e de um presente que oprimem as mulheres de todas as etnias, sejam cis ou trans. Os corpos doloridos e abusados neste conjunto, muitas vezes mostram-se nus e lascivos numa afronta às instituições machistas, formadas ao longo da história escrita pelos homens. Questões relacionadas à vida em seus múltiplos aspectos sociais, culturais, econômicos, a sobrevivência do planeta e de suas diferentes espécies são as que inspiram a artista Sandra Gonçalves e impulsionam seu processo criativo.

VINÍCIUS XAVIER (BA). LEBARÁ – FEMININA FORÇA.
O ensaio personifica uma importante entidade do panteão religioso afrobrasileiro, a Pombagira, também compreendida como a face feminina de Exu.
Assentando-a num corpo de uma mulher negra, dentro de um box vazio da Feira de São Joaquim (Salvador-BA), local de fluxo de mercadorias e de pessoas, a
personagem ganha gestualidade e atitudes própria de um ritual. Exalta as complexidades do ser/existir que estão para além dessa visão de mundo colonialista cristã, redutora e dicotômica, e nos apresenta uma trama repleta de possibilidades assim como as encruzilhadas. Um ensaio fotográfico
com potência poética e política sobre o sagrado e o feminino na sociedade contemporânea.

*Por motivos de agenda do fotógrafo, este fotolivro não tem data definida para seu lançamento.