Já dizia o provérbio oriental: se a vida lhe der um limão, faça dele uma limonada. É exatamente isso que venho apresentar neste ensaio. Como a população periférica desenvolveu estratégias para sobreviver e adaptar-se às adversidades de um contexto de ausências.
Gambiarra para nós – me incluo, pois nasci numa favela, a do Monte Azul – nunca foi sinônimo de fazer as coisas mal feitas. Pelo contrário: é fazer o que é preciso para se adaptar e alcançar um propósito.
Superar as barreiras impostas pela ausência do poder público deu ao povo empobrecido a capacidade de se virar com o que tem em mãos, ou nos pés, para alcançar melhores condições de estrutura, sem esperar nada de instâncias governamentais.
Se não tem uma piscina, o povo cria uma. Falta ciclovia, andamos de bicicleta onde dá. Quando o caminhão de material de construção não chega até um barraco, por morar no epicentro da favela, o vizinho faz o carreto no porta malas do carro para levar os blocos. São inúmeros exemplos do cotidiano periférico em que a frase do naturalista Charles Darvin se aplica: “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças” – e, nesse quesito, somos especialistas!
Se você pudesse resumir seu ensaio em um som qual seria?
Tá na Chuva do Edi Rock
Título do ensaio: A Gambiologia da Sevirologia
O que é fotografia para você?