XINGU: Presente!
Valdir Zwetsch fez três viagens ao Território Indígena do Xingu no início dos anos 1970 como repórter das revistas brasileiras “O Cruzeiro” e “Realidade” — ambas já extintas. Além de escrever reportagens sobre cerimônias rituais importantes – como o Nami (furação de orelhas de meninos). Kuarup (homenagem aos mortos) e Yamurikumá (um ritual de empoderamento das mulheres), teve a oportunidade de captar imagens da rotina das famílias em aldeias dos povos Kamayurá e Yawalapity .
Quase 50 anos depois, em 2019, voltou ao Alto Xingu para acompanhar um Kuarup em uma aldeia do povo Mehinako. Bastante emocionado Valdir constatou que, passadas quase cinco décadas, as comunidades xinguanas continuam a lutar diariamente, com todas as forças e os instrumentos possíveis, para manter vivas suas culturas autóctones e proteger seu território – sempre ameaçado pelo avanço do agronegócio, da mineração, da extração de madeira, do garimpo clandestino e dos diversos tipos de tráficos que utilizam os rios amazônicos como rota para seus crimes.
Essas vinte fotos que agora fazem parte da coleção permanente da Bibliothèque nationale de France foram selecionadas de um acervo pessoal de mais de 700 negativos de 35mm registradas durante essas viagens ao Território Indígena do Xingu no começo dos anos 1970.