Porto de Cultura

Este ensaio é sobre os cortadores de cana de açúcar, muita das vezes chamados pelo apelido de boia fria, mais são trabalhadores invisibilizados, e que precisaram de uma grande manifestação espontânea para reivindicar seus direitos trabalhistas e o direito de serem gente, pois até aquele momento eles viviam em situação análoga à escravidão. Esta manifestação aconteceu em 1984 na cidade de Guariba, interior do Estado de São Paulo.
Passados 20 anos eu vou para Guariba para saber como estão vivendo, e depois de mais 6 anos retorno novamente para Guariba e percebemos que a categoria continua invisibilizada e assistindo a perda de suas conquistas devido ao crescente avanço da mecanização na produção canavieira.
Apesar do trabalho árduo, sob sol escaldante, percebo que os homens e mulheres que fotografei, carregam uma alegria, uma altivez, uma doçura no olhar. A grande maioria não tem estudo e são pessoas pretas. São seres humanos invisíveis, que se preocupam em cuidar da doçura e do movimento da gente.

Se você pudesse resumir seu ensaio em um som qual seria?
Ventania

Título do ensaio: Seres invisíveis

O que é fotografia para você?

Fotografar para mim, é a possibilidade de eternizar um pequeno fragmento das sensações da vida

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