Natural de Ibitinga (SP), Amêndola é um dos artistas mais representativos da fase de efervescência cultural vivida pelos municípios paulistas de Araraquara e de Ribeirão Preto, entre as décadas de 1940 e 1960. Essas cidades tornaram-se polos artísticos locais, interlocutoras culturais em relação à capital e protagonistas do período de passagem da arte tradicional para a arte moderna no interior do estado de São Paulo. Pintor, fotógrafo, ilustrador, publicitário e artista gráfico, Amêndola formou-se na Escola de Belas Artes, em 1950 e, em 1951, participou do Salão de Belas Artes de Araraquara, ao lado de Alfredo Volpi (1896-1988), Tarsila do Amaral (1886-1973), Flávio de Carvalho (1899-1973) e Aldemir Martins (1922-2006). Esta exposição teve grande repercussão na imprensa atraindo a atenção de críticos, como Ivo Zanini (1929) e Sérgio Milliet (1898-1966). Participou da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, com o quadro “A menina da bicicleta”. Posteriormente, em 1957, 1965 e 1967 voltou a expor na Bienal de Arte de São Paulo.
Durante as últimas décadas do século XX, Amêndola retratou os canavieiros que trabalhavam em aproximadamente 40 usinas de açúcar e de álcool, localizadas no entorno de Ribeirão Preto, com olhar humanista registrando o dia a dia de homens, mulheres e crianças durante a colheita da cana de açúcar. As imagens conferem dignidade aos fotografados, pessoas comuns que trabalhavam exaustivamente em péssimas condições de trabalho.